Pois é, é nisso que eu creio.
Estou passando por uma fase de profunda imersão.
Fiz uma viagem que talvez possa ter mudado minha vida para sempre. Mas não pela viagem em si, mas pelas circunstâncias. Pretendo contar detalhes da viagem em outros posts e espero q finalmente, depois de anos, escrever passe a ser um hábito para mim.
Vocês devem estar se perguntando, por que esse título para o post ?
Bem, meus amigos um pouco mais nerds vão saber exatamente do que se trata. Para quem não é um aficcionado de ficção científica como nós, vou tentar uma breve explicação:
Valis
é um livro do meu autor favorito, Philip K Dick, que pra quem não sabe é o autor de histórias nas quais foram baseados filmes como Blade Runner, Vingador do Futuro, Next, O Pagamento, Scanner Darkly e tantas outras referências ( acho q lost pega forte no universo de PKD, mas isso eh uma outra discussão :D )Por que ele é meu autor favorito ?
Simples, tudo que ele escreve, todas as dúvidas, questionamentos, paranóias e pontos de vista que se perdem de maneira quase subliminar entre suas fantásticas escritas parecem ser totalmente direcionadas a mim. Não de um ponto de vista paranóico e arrogante e até meio maluco de que foram escritas diretamente para mim. Nada disso. Rola uma identificação. Me identifico mto com tudo, mto mesmo.
E nas ultimas semanas, muito mais, a ponto de rolar uma imersão tão forte que coincidências acontecem. Tudo isso depois que eu li Valis.
Valis conta a história de HorseLover Fat, um cara que depois de perder uma amiga próxima e ser deixado pela mulher começa a ter uns 'estalos' que acha ser mensagens divinas. Até aí, vcs podem estar pensando, q porra de história doida é essa, ez ?
Como eu disse, suas histórias servem como pano de fundo. Além de ser uma boa história de ficção científica, sobre satélites, lasers e etc, Horselover Fat e nada mais nada menos q o alter ego de PKD e o que no livro parecem ser idéias de alguém perturbado ou completamente pinel, na verdade retrata não a ficção, mas uma maneira do autor expor SUAS VERDADEIRAS IDÉIAS E MANEIRAS DE PENSAR!!!
Esse livro foi um dos últimos escritos por ele, antes de morrer, em 1982, e sempre tive um certo receio de ler por 1. Poder achar viagem demais e achá-lo chato ou 2. Pirar na batatinha
Bem, decidí levá-lo durante minha viagem pelos Andes e não achei nem chato, nem pirei na batatinha. Mas não sei porque fiquei imerso em sua história e pensando mto, mto em várias dúvidas e questões que sempre carrego comigo, como the meaning of life e coisas assim.
Acho q li o livro todo em poucos dias e quando terminou, percebi que estava com uma fome voraz de ler mais e mais livros. Eu levei comigo mais 3 livros na minha bagagem, mas como a Aerolineas Argentinas fez o favor de sumir com minha mochila, Valis foi o único que sobrou. Fiquei pensando comigo, e agora, o que vou ler ? Eu estava em Ushuaia, literalmente no fim do mundo.
Pensei em sair e procurar uma livraria. Me preparei para isso. Desci na recepção do hostel, olhei para uma mesa onde as pessoas costumam ficar conversando e vi um livro, escrito em letras garrafais PHILIP K DICK!
Puta merda! Que língua é essa ?
Saí caçando com a gringaiada do albuergue para descobrir o dono e bater um papo sobre essas histórias q eu curto tanto. Procurei, procurei e nada. 2 dias depois o livro ainda estava lá, no mesmo lugar que eu deixei. Peguei o livro e saí perguntando, agora para descobrir o idioma. Um francês que já esteve em Praga me disse que o livro é tcheco! Puta merda, tcheco!!! PKD em tcheco!!! Como uma coisa dessas vem cair no meu colo, do nada ? Não tive dúvidas, com mto peso na consciência, e sem achar o dono em 1 semana de procura, me apossei do livro.
Mas por não conseguir ler, comecei a ler Valis novamente. O término coincidiu com minha chegada a Bariloche, mais ou menos na metade da viagem atravessando a Patagônia e os Andes. Logo quando cheguei, já encontrei uma grande livraria. Fui as compras, mas nada de livros do PKD mas encontrei bons livros de Scifi. Comprei Fundação, Brave New Word e El Invencible, todos clássicos de Asimov, Huxley e Lem, respectivamente. Entrei em uma última loja, apenas para dar uma olhada, e já contente com os livros que havia adiquirido. Ao perguntar onde ficavam os livros de Ciencia Ficción, a mulher me respondeu que ali só haviam livros didáticos, infanto juvenis e material escolar. Estava saindo quando uma capa verde com amarelo me chamou atenção. Ao me aproximar vi que se tratava de um livro de scifi, contendo vários contos e short histories. Abri o livro. Advinha quem é o autor do primeiro conto do livro ? uhahuahua A foto não ficou mto nítida, mas dêem uma olhada no primeiro nome abaixo do título :D
Bem, lá fui eu para uma nova história e uma nova imersão com as entre linhas. Não ficava tanto tempo alheio ao mundo desde que li Formiga Elétrica, num parava de conseguir pensar e durante as longas horas de ônibus pelo deserto da patagônia, ficava olhando para o horizonte infinito, pensando, pensando, pensando.
A necessidade de leitura passou um pouco e também não havia mto tempo, pois as atrações da viagem como trekking, cerveja e diversão, ficavam em primeiro plano e ocupavam todo o tempo. Passei alguns dias tranquilão, sem que a necessidade desse suas caras até que um dia ela voltou. Estava em uma van, a caminho do Aconcágua. Tirei um cochilo, tava sonhando com um livro do PKD ao qual não me recordo, mas eu estava lendo vorazmente no meu sonho então eu acordei. Ao olhar ao lado, havia um senhor, bagando, dormindo que me assustou no começo com sua fisionomia mto parecida com o mestre. Mas depois de alguns minutos e de conversar com ele, descobri que tratava-se apenas de um carpinteiro francês, que mora na Suiça e estava de férias, pois não há trabalho para ele no inverno ( esses detalhes da viagem, troca de cultura, pessoas q conheci, prometo que vou falando aos poucos :D ). Mas realmente, qdo acordei, tomei um susto.
Olhando com calma acho q nem parece tanto, mas o jeito de falar, a voz anasalada lembra mto.

E durante essa trip ainda aconteceu uma coisa no minimo diferente. Paramos na beira da estrada, no meio de um deserto para fazer umas fotos. O movimento era baixo e enquanto fazia as fotos, estava conversando e explicando essa história doida, do pq eu tirei tantas fotos do tiozinho q tava do meu lado. Nessa conversa, começamos a falar de deja vu e eu falei do último q eu me lembro, q foi quando passei pela esquina da paulista com a Augusta. Pois bem .. acabei de falar Augusta, passou um caminhão gigantesco, com uma lona branca retangular, em forma de container escrito em letras garrafais AUGUSTA. Acho que rolou uns 5 minutos de silêncio uhahauha Qual a probabilidade de passar um caminhão escrito Augusta, nas proximidades do Aconcágua, justo na hora em que eu pronuncio a palavra ? Olha só o nipe da estrada
Claro que depois de pesquisar eu descobri que a ruta 7 é rota de caminhões que fazem transporte da região para o Chile e são comuns também os caminões brasileiros. Mas, em todo caso, não deixa ter sido uma experiência bizarra não ? hehe
Bem, seguindo viagem, uma das ultimas viagens longas de buzão, 1 noite entre Mendoza e Córdoba. Traquilão, tava c um pouco de sono e cansadão. Tomei umas cervejas para relaxar e dormir a viagem toda. Preparativos para dormir, tudo checado, bastando apenas fechar os olhos e dormir. O comissário de bordo reaparece, dizendo que vai colocar um filme. Nem dei muita atenção, pois estava cansado, com sono. Fechei meus olhos e tentei não prestar atenção, mas após alguns segundos comecei a ouvir uma música famíliar. Levantei minha cabeça e li na pequena tv : "Based on a Philp K Dick short history". OMFG!!!!!
Segundos depois, aparece o Ben Affleck entrando num saguão!!! PQP, Paycheck!!!!
Ok, toda essa parada de imersão eh foda e tudo mais. O escritor é até certo ponto famoso, pelo para quem gosta do gênero e para as pessoas bem informadas, mas aí já é demais. Eu comecei a rir e ng entendia. Como explicar isso ? uhauahua
Num acho o filme lá grande coisa, mas não é ruim, até pq todos os filmes são meras adaptações, com mtas mudanças na história. Acho q fiel mesmo só Scanner Darkly, mas ... PKD again!
Bem, vi o filme, dormi fiquei pensando, mas foquei novamente na viagem. Curti a última semana q restou e voltei p casa, meio lesado fisicamente esgotado, mas mentalmente renovado e louco p ver os capítulos de Lost que eu deixei de ver nesses 30 dias que passei viajando. Episódios adiquiridos, comecei a assistir. Vi o capítulo 2, o 3 e então comecei a ver o 4 o. John Locke começa a fazer um café da manhã. Ele frita uns ovos, corta uma fruta e pega um livro. Um livro q aparece por mto pouco tempo. Somente o tempo dele puxar da prateleira. Vi o nome do livro num flash. Parei o vídeo, passei em câmera lenta, fiz um screenshot. Querem ver o screenshot ?

Imersão ou coincidência ?
Bem, eu ainda acho q é imersão, mas que isso é interessante, pelo menos eu achei muito.
Tipo assunto de entrelinhas que eu gosto tanto.
E outra, isso serviu para que eu começasse a escrever, coisa q mtos amigos me cobram tanto e dizem q eu deveria fazer ASAP!!!
Bem, aí está o pq da minha frase PKD LIVES!!!
:D

4 comentários:
NOSSA meu o caminhão AUGUSTA é fds, pior seria encontrar uma brasileira chamada Augusta no bar mais prox. huahau ahua uhahuah hauhauha
Bom adorei as historias, depois vai contando as outras e colocando mais fotitas!!
Bjokas
Putz!
Juro q fiquei arrepiada qdo vi a foto do francês!!!!
Ez... nossa! Sem palavras...
8-|
Nossa cara... Viajei.
PKD focava muito em teologia e metafísica... Talvez por isso da sua reflexão instensa.
Vou comprar esse Valis pra ver qualéqueé.
[]´s
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